sábado, 17 de abril de 2010

powerpoint de apoio à 5ª sessão

Decorreu quinta-feira, dia 15 de Abril, a quinta sessão de replicação na Escola Secundária Domingos Rebelo.
Depois de alguns esclarecimentos sobre a implantação dos Novos Programas e a aprovação das actas das duas reuniões anteriores, iniciámos a sessão com o visionamento dos testemunhos presentes no site do Plano Nacional de Leitura. Tentei, desta forma, motivar os meus colegas para a competência da Leitura e apresentar-lhes algumas sugestões de abordagem deste recurso audiovisual com os alunos: brainstorming sobre a leitura; exercícios de compreensão oral; interacção oral sobre os testemunhos preferidos; debate; …
A partir deste recurso, desenvolvemos um momento de partilha sobre a importância da leitura, a educação para a leitura, o papel da família, actividades já desenvolvidas para incutir e desenvolver hábitos de leitura, …
O conceito de professor-mediador mereceu também a nossa atenção e inquietação, já que sem a presença da família não é possível desenvolver hábitos consistentes de leitura. Outro aspecto importante relaciona-se com o apetrechamento da Biblioteca da nossa escola de acordo com a lista de obras apresentadas no programa.
Sensibilizei, depois, os colegas para a importância da definição de um Plano anual de leituras da turma, embora estas devam ser organizadas no Departamento Curricular não se prevendo a exequibilidade de o docente ter uma lista diferente para cada turma que lecciona. Alertei ainda para o facto desta lista estar circunscrita aos referenciais mínimos, ao referencial de textos, à lista de obras e à relação de títulos da nossa Biblioteca.
Em seguida, projectei um powerpoint com algumas frases/expressões-chave retiradas do GIP da leitura, divulgando também os recursos “ A educação literária” e “Contextos promotores da leitura” disponibilizados na Formação através de diapositivos.
Já numa fase final da reunião, relembrei os resultados esperados na Leitura para o 3º ciclo, acautelando a existência de três fases no desenvolvimento das actividades da competência da leitura: pré-leitura; leitura; pós-leitura (discussão/ interpretar /problematizar).
Antes de terminar a sessão, assinalei a importância da diversificação dos textos e das actividades de leitura, recordando que o professor deve ter uma noção concreta da utilidade do texto que vai levar até aos alunos, não tendo a veleidade de fazer tudo com o mesmo texto.

Nesta sessão foi novamente levantada a questão da carga lectiva da disciplina de Língua Portuguesa considerada insuficiente para poder operacionalizar as dinâmicas do novo programa. Para além disso, os colegas foram unânimes na necessidade de colaboração da família para inspirar e ampliar hábitos de leitura imprescindíveis para uma consistente aprendizagem da língua e da sua aplicação na escrita. Outras questões levantadas prendem--se com o elevado número de alunos por turma e o número de turmas de Língua Portuguesa distribuídas a cada docente.

No que diz respeito à próxima sessão de replicação, aguardo a publicação na plataforma das sequências didácticas, já que neste momento ainda não considero ter a informação suficiente e preciso de comparar o trabalho do meu grupo com outros para poder dinamizar uma sessão sobre esta temática.

domingo, 11 de abril de 2010

Reflexão 3º módulo

11 de Fevereiro de 2010. Iniciámos o Módulo III com a observação de um vídeo disponível em www.planonacionaldeleitura.gov.pt. Os testemunhos aí apresentados e protagonizados por pessoas conhecidas do público em geral são bem a evidência da importância da leitura: quer se leia para sonhar, viajar, aprender, como diz Diogo Infante, quer se veja nos livros cúmplices como diz Catarina Furtado, quer se compare a leitura ao desporto, como Figo, quer se aceite o desafio de Jorge Sampaio, o importante é perceber que os livros são como as cerejas na definição metafórica e magistral de Bárbara Guimarães.
Para além de considerar interessante a forma como demos início à formação, logo pensei que também eu deveria começar a minha quinta sessão de replicação com o visionamento dos mesmos testemunhos, e mais ainda, deveria urgentemente preparar uma actividade para divulgar o endereço electrónico aos meus alunos e, mais uma vez tentar motivá-los para a importância e riqueza da leitura.
Como professora do 3º ciclo, o que mais posso fazer? É verdade que de uma forma mais ou menos voluntária todos os meus alunos preenchem uma ficha de leitura recreativa e apresentam posteriormente a obra lida. Tenho sempre tentado que haja momentos específicos de partilha das leituras, nem que seja nas últimas aulas do período, como é preconizado na nota 4 da página 124 do NPPEB. Foi ainda com grande regozijo que acompanhei as minhas turmas à última feira do livro e os animei na leitura e compra de algumas obras. Mas de tudo o que já foi dito há ainda dois aspectos a realçar: primeiro a extrema satisfação que sinto quando um aluno pede a outro o livro que o primeiro acabou de apresentar para também ele poder desfrutar do texto; segundo o desânimo momentâneo perante aquele aluno que afirma não ter livros em casa, ou pior, que não gosta de ler. Sinto que preciso descobrir a receita ideal, já que defendo que se escreve bem quando se lê e quem lê escreve melhor. Daí que no início do 3º Período vá criar um momento de interacção oral a partir do visionamento dos testemunhos.
Depois deste momento de arranque, fomos confrontados com uma actividade individual que nos permitiria seleccionar um de três textos e propor um conjunto de actividades. Mais uma vez foi interessante verificar a diversidade de propostas e de opiniões, mesmo tendo em conta o facto de pertencermos a três ciclos de ensino diferentes. Realmente o poder de criação do professor é irrefutável!

Da apresentação de um conjunto de powerpoint sobre “A educação literária”, interiorizei a necessidade de diversificar, de ler com um propósito bem definido, sem a tentação de que o mesmo texto sirva para tudo, e sobretudo que “a maturação dos jovens leitores não pode dispensar o contacto com textos literários de qualidade, pois estes dar-lhes-ão, para lá de uma mundividência ímpar, uma consciência crítica do património linguístico e cultural que enforma uma identidade nacional e, também, universal”. Mas a realidade não é tão fácil de controlar : garantir o acesso dos alunos às obras, dinamizar as bibliotecas, seleccionar os manuais, acautelar a aquisição de livros por parte da biblioteca escolar,…
A actividade que finalizou a sessão da manhã foi também bastante enriquecedora, ainda que um pouco inquietante, já que elaborar um plano de leituras para um ano lectivo é uma tarefa bastante intrincada pelas mais variadas razões: os critérios e pressupostos delineados no programa; as propostas de listas de leituras recomendadas pelo PRL; as características dos alunos das turmas; a disponibilização das obras; as propostas dos manuais adoptados; …
Esta é, talvez, a minha maior preocupação. Para além de precisar de urgentemente conhecer todas as novas propostas de leituras, saber quais seleccionar, como encadear, o que fazer com elas, é realmente uma tarefa, quase quimérica. Sei que temos que ser mais criteriosos do que nunca na hipotética selecção de um manual, por isso já coloquei a hipótese de ser mais viável não adoptar nenhum. Como será possível criar um manual que dê resposta a todos os pressupostos do programa? Mas esta reflexão já nos leva à questão das sequências didácticas que será abordada mais à frente.
Aquando da actividade proposta, foi-nos também pedido que discutíssemos as vantagens de um plano de leituras para cada turma e a sua exequibilidade. Certamente que as vantagens seriam imensas, porque adequar os textos à turma será uma forma de os implicar mais na aprendizagem, mas para um professor com um mínimo de quatro turmas será uma opção bastante envolvente que ultrapassa qualquer limite de componente lectiva e não lectiva do horário de um docente. Deveremos, por isso, para além de advogar a importância da interdisciplinaridade e a plena concretização e dinamização do projecto curricular de turma, fazer a selecção das leituras em Departamento, permitindo, no entanto, uma flexibilização que dê conta das especificidades das turmas, sobretudo nas escolas, como a minha, em que são elaboradas turmas de nível.
Mais uma vez a apresentação das propostas dos vários grupos revelou-se uma actividade relevante para a compreensão das dinâmicas dos outros ciclos de ensino.
Da segunda parte da sessão do primeiro dia, tenho ainda a realçar a apresentação dos critérios de avaliação dos portefólios dos formandos e o balanço feito pelos formadores. Reconheço, assim, as fragilidades das reflexões anteriores, mas assumo que, perante as limitações de tempo, a minha prioridade está na preparação dos momentos de replicação, na tentativa de transmitir, sem minimamente enviesar, a informação.
Ainda em relação à leitura e à promoção de contextos de leitura, tenho a lastimar o facto de dificilmente conseguir aplicar a maioria das propostas apresentadas, já que estão direccionadas para alunos muito mais jovens do que os meus. Tenho, contudo, a esperança de conseguir, nos próximos tempos, recriar algumas das actividades e adequá-las aos alunos do terceiro ciclo. Talvez seja possível ajustar “A Roda dos Livros” , enriquecendo a simples apresentação oral das leituras recreativas, ainda que não esqueça as actividades das “Semanas da Leitura” que têm sido implementadas na minha escola nos últimos dois anos e que são também elas momentos óptimos de partilha de leituras.
Outro aspecto que neste momento merece a minha atenção, já numa fase posterior à formação e decorrente do estudo do GIP da Leitura, é o faseamento das actividades: pré-leitura; leitura; pós-leitura. Com toda a sinceridade, não julgo ter sempre em conta a primeira fase e reconheço a necessidade de o fazer daqui para a frente, pelo menos de uma forma mais criativa e apelativa.

12 de Fevereiro de 2010. Segundo dia de formação. Julgo que algumas questões levantadas nesta fase da formação não se revelaram muito pertinentes e, pelo contrário, desviaram-nos do cumprimento integral das actividades inicialmente anunciadas. A meu ver, teria sido muito mais profícuo termos realmente dedicado mais tempo à elaboração das sequências didácticas e, especialmente, à sua apresentação e debate. Restam-me imensas dúvidas em relação à sequência “ensaiada” com as minhas colegas de grupo. Se o trabalho feito me parece consistente e coerente, não me parece suficientemente sólida a dinâmica de uma planificação partindo dos descritores de desempenho. Aceito, no entanto, que a minha visão esteja enevoada pelas enraizadas planificações de conteúdos, mas também é certo que já nos últimos anos tenho tido a preocupação de organizar sequências didácticas com alicerce no desenvolvimento de competências. Neste momento, se acho praticável uma ou outra sequência sustentada nos descritores de desempenho, também temo a falta de rentabilização, já que a exigência dos Novos Programas não se compadece com a redundância, a ausência de sustentabilidade, a falta de sentido de progressão e complexidade, a inexistência de articulação, a escassez de eficácia, pertinência e funcionalidade na organização dos documentos de planificação.
Gostaria ainda de referir que a ideia de que uma sequência conduz sempre à produção de um único produto final, desenvolvendo uma competência foco, me parece redutora, já que ao longo do desenvolvimento da sequência e através da articulação das várias competências associadas são originados vários produtos ou mini-produtos, se quisermos ser mais rigorosos. Contudo, admito que deverei aprofundar o conceito “didáctico-pedagógico” de produto que se aproxima do conceito de “tâche” também utilizado na didáctica da língua francesa.
A jeito de conclusão, este terceiro módulo de formação foi portador de imensas novidades tanto ao nível da leitura, mas, sobretudo, ao nível das sequências didácticas. Assim, e devido às inovações, precisamos de rever particularmente os aspectos relaconados com a planificação e as sequências didácticas, sob pena de desvirtuarmos a validade e a proficuidade deste Novo Programa.

Atalhada, 11 de Abril de 2010