quarta-feira, 30 de junho de 2010

Reflexão 4º Módulo

Reflexão do módulo IV

Duas expressões-chave para esta reflexão:” Escrita” e “Sequências didácticas”.
Em relação à primeira, alguma satisfação e muita vontade de aprender e fazer cada vez melhor. Em relação à segunda, muitas dúvidas e apenas alguns conceitos que fazem sentido articulados, mas que, neste momento, me parecem uma tarefa quase inexequível.
Mais uma vez o guião de implementação do programa (GIP), neste caso o da escrita, constitui um instrumento valioso para os professores. A sua estrutura é apropriada à sua funcionalidade e nele os docentes têm uma ferramenta indispensável para operacionalizar a competência da escrita à luz dos Novos Programas de Português.
No entanto, ao transpor para o terreno, a sala de aula com uma turma de vinte e seis alunos, esta forma de ensinar a escrever, deparamo-nos com obstáculos quase intransponíveis: Como conseguir acompanhar cada um dos alunos? Como fazê-los compreender a importância da actividade, quando temos alunos que não valorizam a escola e as aprendizagens? Como conseguir que o tempo dispendido nas actividades de escrita na sala de aula não se revele pouco profícuo para os que recusam o esforço que a actividade exige? Sim, porque escrever é difícil, é penoso e exige muita coragem e dedicação, competências que os nossos alunos pouco valorizam hoje em dia, já que eles próprios são o resultado de uma sociedade cada vez mais adepta do rápido, fácil e acessível.
Por mais que pense, reflicta, releia o GIP, continuo a considerar o papel exigido ao Novo Professor demiúrgico. Só um ser superior poderá abranger e operacionalizar todas as tarefas propostas, todavia, mantenho a convicção e a força para enfrentar estes desafios, até porque, ser professor é isso mesmo: reinventar-se todos os dias, a cada aula, a cada momento; reconquistar confianças e desenvolver auto-conceitos capazes de sucesso junto dos alunos; recriar ambientes facilitadores; refazer aprendizagens; recuperar energias todos os dias, a cada dia, a cada hora, com cada turma; …
Estou certa que já desenvolvi e desenvolvo umas ténues e insípidas Oficinas de Escrita, contudo, no próximo ano lectivo, comprometo-me a aperfeiçoar a minha prestação. Se é verdade que, geralmente, preparo minimamente a actividade e forneço indicações precisas através de listas de verificação, cedo, devido à ânsia de aproveitar o tempo e à agonia de ter elementos de avaliação, me transformo no professor avaliador em vez de continuar por mais algum tempo no papel de mediador e treinador. Sendo assim, tenho “queimado” algumas etapas de revisão, avançando eu com a solução, permitindo, depois, ao aluno uma reescrita orientada.

Quanto às “Sequências Didácticas”, em relação ao que foi exposto e interiorizado no módulo III, reconheço que existe uma evolução significativa. Neste momento, a grelha parece-me excelente, os princípios orientadores por ela preconizados são irrefutáveis, mas, eu, professora já no décimo oitavo ano de serviço, confesso a minha debilidade e singeleza face à grandeza da tarefa que me é proposta. Com uma linguagem metafórica, sinto-me qual Vasco da Gama agarrado ao leme frente ao Mostrengo. Mas talvez como a grande personalidade da Nossa História e da Nossa Cultura consiga enfrentar o inimigo e, em prol do sucesso dos meus alunos e do meu brio profissional, me agarre ao leme e com vontade, estudo, persistência e trabalho colaborativo com os meus colegas alcance sequências eficazes, produtivas e geradoras de novas sequências cada vez mais convincentes e fecundas.

E aqui termina a minha última reflexão sobre a Implementação dos Novos Programas. Foi uma caminhada longa, mas bastante enriquecedora. Ao olhar para trás, para o início de Outubro, revejo com satisfação todo o percurso feito. Pessoalmente, se tivesse mais disponibilidade poderia ter feito melhor, todavia cumpri o que me foi proposto com profissionalismo, dedicação, discrição e primei sempre por não enviesar as dinâmicas veiculadas junto dos meus colegas.
Espero, no próximo ano lectivo, continuar a fazer parte deste grupo de trabalho e, assim, poder contribuir com o meu esforço, a minha dedicação e a minha experiência para uma Implementação verdadeira, eficaz e bem sucedida dos Novos Programas de Português para o Ensino Básico.

Ponta Delgada, 29 de Junho de 2010
Rute Melo e Sousa

Sem comentários:

Enviar um comentário